A Prefeitura de Maceió começou, nessa quarta-feira (23), as obras de contenção definitiva do mar na orla da capital. Serão cinco trechos que passarão pela recuperação, mas, inicialmente, os trabalhos estão sendo executados no trecho da orla da Jatiúca, que fica próximo à entrada da Avenida Antônio Gomes de Barros. Esse ponto é considerado o mais crítico da erosão causada pela força da maré na localidade.

Os serviços, executados pela Secretaria de Infraestrutura, consistem na instalação de blocos e anéis pré-moldados modulares, duas tecnologias holandesas, consagradas mundialmente.

A Prefeitura de Maceió é a primeira do Brasil a utilizar esses equipamentos para conter o avanço da maré, servindo de modelo para outras cidades brasileiras. “Esses blocos servirão como dissipadores de energia da maré e também protegerão a ciclovia, passeio e as vias. Eles serão instalados, de modo a formar uma escada de contenção, que visa impedir o avanço do mar”, explica o secretário de Infraestrutura, Livio Lima.

Ao todo, serão utilizadas 18 mil peças de concreto pré-moldados, que estão sendo transportadas para a orla de Maceió, onde são descarregadas no estacionamento próximo à balança do peixe, que foi isolado para proteção de pedestres e ciclistas.

A obra será executada por etapa e trecho, tanto pelo dia quanto à noite, nos horários em que a maré estiver baixa. Na orla da Jatiúca, por exemplo, dois trechos receberão as obras. Os outros pontos estão localizados na Praia do Sobral, Praia da Jacarecica e Praia da Sereia, que receberão os serviços posteriormente.

O investimento da obra é de R$ 30 milhões, com recursos próprios do município.

Big bags

Antes de iniciar a obra definitiva, a Prefeitura de Maceió colocou, em alguns pontos da orla marítima, incluindo na Jatiúca, grande sacos de areia (denominados de big bags), como uma medida emergencial e provisória. No entanto, segundo a equipe técnica da Seminfra, os big bags serão retirados da localidade, conforme os blocos forem instalados.

Como funcionam os blocos

A contenção marítima tem suas fundações assentadas a mais de 2 metros abaixo do nível da areia e abaixo do zero hidrográfico (maré 0,00). Isso impede que o mar escave por baixo da contenção marítima, conforme explicam técnicos que atuam na obra.

Os blocos são maciços e sem ferragens (não oxidam), tendo uma garantia de 10 anos (o dobro do exigido pelo Código Civil Brasileiro) e uma vida útil de 200 anos. Cada metro linear da contenção marítima tem mais de 25 toneladas de peso, o que garante a robustez necessária para aguentar a energia das ondas que incidem sobre ela.

Ao longo da contenção marítima, serão instaladas escadas de acesso à praia, com as mesmas tecnologias, e, para pessoas com mobilidade reduzida, o sistema permite que elas possam acessar e usufruir das praias sem depender de outras pessoas.

A obra está Licenciada pelo IMA/AL – Instituto do Meio Ambiente de Alagoas.

*Com assessoria

GAZETAWEB.COM \ Jobison Barros*

FOTO: Junior Bertoldo/Ascom Seminfra