História e pensamento crítico alagoanos ganham o palco do Arquivo Público de Alagoas (APA), em um evento especial do projeto Chá de Memória, que terá sua 45ª edição nesta terça-feira (6), às 19h, na sede do APA, no bairro Jaraguá, em Maceió. Serão lançados quatro livros do escritor, historiador e vice-reitor do Cesmac Douglas Apratto Tenório. O professor e literato participa de uma conversa com o público. O evento é aberto ao público.

Com o tema central “A Formação da Intelectualidade Alagoana no Século XIX”, o projeto Chá de Memória celebra a obra de Apratto, que já publicou 36 livros, sendo 34 dedicados voltados ao resgate e discussão de momentos e fatos históricos do Estado. Na oportunidade, o escritor lança o livro inédito “O Silêncio dos Esquecidos” e novas edições dos sucessos editoriais “As vilas operárias, a mulher e o algodão em Alagoas”, “A presença Holandesa”, A Tragédia do Populismo: o impeachment de Muniz Falcão”.

“Seguindo o tema da 45ª edição do projeto Chá de Memória, o livro ‘O Silêncio dos Esquecidos’ fala exatamente da formação intelectual de Alagoas, mostrando como se formou a inteligência alagoana”, adianta Douglas Apratto. “Neste lançamento, trabalho a formação da intelectualidade, a partir de uma projeção periférica. Como se forma a intelectualidade em Alagoas, como surgiram as instituições culturais. Isso é importante saber, conhecer. Vamos também discutir como nasceu essa classe artística, a opinião crítica e as nossas ideias”, completa o autor.

Apratto também evidencia os relançamentos, que trazem recortes indispensáveis para quem deseja entender Alagoas e pensar o futuro. Em “As vilas operárias, a mulher e o algodão em Alagoas”, por exemplo, o autor detalha o movimento têxtil e suas fábricas baseadas no algodão, que, assim como a cultura canavieira, contribuíram para a formação de Alagoas.

“O açúcar teve a predominância, mas o algodão também teve sua importância e influência. São quatro livros, nos quais eu continuo voltado para a temática de Alagoas, que é a minha paixão, é a minha terra, que eu curto imensamente, como cidadão e admirador da histórias e da beleza alagoanas”, afirma Apratto.

“Alagoas não é só praia. É cultura, é história e folclore. Alagoas tem um papel importante na história do Brasil, um protagonismo que poucos estados têm. É um estado pequeno e, talvez por isso, muito injustiçado. Mas que merece nosso orgulho e atenção”, pontua o escritor.

As obras estão sendo lançadas pela Editora Cesmac, Editora da Universidade Estadual de Alagoas (Eduneal), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal) e Imprensa Oficial Graciliano Ramos. Além do lançamento dos livros, a programação conta também com apresentação artístico-cultural, com a pianista Selma Brito e o maestro Luiz Martins, e Bazar da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Alagoas.

“O Chá de Memória é um evento importante, realizado pelo Arquivo Público, dirigido pela Wilma Nóbrega, uma gigante, que administra com muita competência, aliás, por onde ela passa faz um trabalho admirável”, diz Douglas Apratto. Apesar de gratuita, a entrada é limitada à lotação do espaço público. É recomendado o uso de máscara de proteção no local, em atenção ao aumento de casos de coronavírus.

POR: GAZETAWEB / Maylson Honorato
FOTO: Divulgação