Estopim dos ataques terroristas que tomaram Brasília a partir da noite desta segunda-feira (12), após a diplomação de Lula (PT) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o indígena José Acácio Serere, apoiador de Jair Bolsonaro (PL) que se diz pastor, gravou um vídeo na Superintendência da Polícia Federal, onde está preso, pediu o fim da “briga com a autoridade policial” nas ruas da capital federal.

“Quero pedir que os senhores que não venham fazer conflito, briga ou confronto com a autoridade policial. E venham viver em paz, não pode continuar o que aconteceu, infelizmente essa destruição dos carros, ataque à sede da Polícia Federal”, diz o indígena no vídeo divulgado pela PF para acalmar os ânimos dos golpistas.

Por ordem de Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), José Acácio foi preso porque “convocou expressamente pessoas armadas para impedir a diplomação dos eleitos”. Ele teria sido abordado pela PF quando ia em direção ao setor hoteleiro norte, onde Lula está hospedado.

Serere Xavante tem liderado os discursos nos atos golpistas da capital federal e chegou a se encontrar com Bolsonaro em frente ao Palácio da Alvorada, onde o presidente tem feito aparições aos apoiadores.

No último dia 9, o indígena pediu pessoalmente para Bolsonaro decretar Garantia da Lei e da Ordem e impedir a posse de Lula.

“Não entrega o cargo da Presidência do país”, disse ele a um Bolsonaro que permaneceu calado.

Durante a diplomação de Lula, Serere Xavante voltou a incitar os golpistas em vídeo.

“Essa festividade pode comemorar hoje. Festividade dos marginais, dos bandidos, dos vagabundos. (…) Diplomação ilegal, ilegítima. Diplomação fraudulenta, criminoso pode comemorar. Mas a nossa decisão: o vagabundo Lula não vai por o pé na rampa”, disse ele antes de ser preso, motivo alegado pelos golpistas para promoverem uma noite de terror em Brasília.

Veja o vídeo divulgado pela PF

Por Plinio Teodoro com Revista Fórum

Foto: Reprodução