O Coletivo de Mulheres de Alagoanas divulgou uma nota de repúdio contra o presidente do CRB, Mário Marroquim, após um comentário do presidente do Galo no último sábado (1). Para o Coletivo, a fala dele foi repleta de misoginia.

Durante uma entrevista, o presidente anunciou que iria colocar um trio elétrico elétrico para a festa de campeão do Regatas (ele comentou sobre dar ou não azar fazer festa antecipada).

“Não tem esse negócio de dar zica, de azar, azar quem tem é mulher da bunda pequena. A gente tem é que botar pra lascar. A gente vai agora, meu irmão, é contratar um trio elétrico pra nossa festa. Não tem nada de azar não. Vamos fazer e vamos levantar o título lá em Maceió”, disse o presidente.

Ao portal Gazetaweb, Marroquim disse que fez apenas uma fala despretensiosa e que parafraseou o então técnico do Ferroviário, em 2021, Francisco Diá.

“O treinador da Ferroviário falou em uma entrevista que sorte quem tem é mulher de bunda grande. Então, eu fiz um contraponto e disse que azar quem tem é mulher de bunda pequena. Mas não teve maldade nenhuma”, garantiu Marroquim.

Ele também reforçou que é muito “mimimi” que existe hoje em dia. “É muito mimimi, eu não cometi nenhum crime, não cometi racismo, machismo, discriminação, nada disso. Foi uma coisa pitoresca, para apimentar esse clima da final, dar uma sacudida. Mas respeito todo mundo”, afirmou em entrevista ao portal Gazetaweb.

Em nota, o Coletivo comentou que “no ápice da arrogância, Mário Marroquim, atual presidente do Clube de Regatas Brasil – CRB, diz que “azar quem tem é mulher da bunda pequena; a gente tem que botar é para se lascar”.

“O dia a dia das mulheres é permeado de falas como essa que a duras penas a sociedade atenta ao seu papel de trabalhar pela erradicação de qualquer tipo de violência contra a mulher tenta afastar”, diz um trecho da nota.

Além disso, o Coletivo relembrou que a fala foi repleta de misoginia. “Isso não pode passar despercebido. Ainda mais quando um líder de clube de futebol a declara. Futebol é esporte tido como paixão nacional, logo, é responsabilidade e dever ser exemplo. O presidente do CRB, ao mesmo tempo que revela o grau do seu machismo, presta um péssimo serviço ao esporte brasileiro. Este Coletivo de Mulheres luta contra a naturalização da violência e aguarda providências da Justiça Desportiva”.

CADA MINUTO

Foto: A Notícia Alagoas