Na entrevista que concedeu ao Jornal da MIX, na Rádio MIX 98,3 FM, na manhã desta segunda-feira (7), o presidente da Câmara Federal, deputado Arthur Lira (PP), defendeu um aumento do quantitativo previsto de unidades habitacionais para Alagoas do novo programa Minha Casa, Minha Vida. Segundo ele, as três mil casas estimadas passam longe da resolução do déficit habitacional do Estado, que aqui afeta 100 mil famílias.

Na conversa com os apresentadores, o parlamentar recordou o compromisso pessoal que tem com essa pauta, por ser um agenda cara que carrega a partir do legado herdado pelo seu pai, o ex-senador e prefeito da Barra de São Miguel, Benedito de Lira (PP). Lira destacou uma série de investimentos assegurado ao longos dos últimos anos para Maceió e outros municípios de Alagoas, que ultrapassam as 16 mil famílias beneficiadas na capital.
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“Foi divulgado este número (3 mil) de habitações para Alagoas, que não dá para nada. Vou brigar muito, em Brasília, para que o programa contemple o máximo de pessoas possível no Estado, que tem um déficit habitacional antigo”, avisou.

Ele comentou sobre a fala do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) defendendo a criação de um consórcio formado pelos estados do Sul e Sudeste para barrar propostas no Congresso Nacional que possam causar perdas econômicas para as duas regiões. Ele disse conhecer Zema, acreditando que ele não teria o perfil de confrontar com o Norte e Nordeste, mas classificou a declaração como infeliz.

“O governador do Rio Grande do Sul já disse que não acreditava que o Consórcio Nordeste tenha sido criado para ir de encontro às outras regiões. Nesse cenário da reforma tributária, as questões se igualam no Senado. Na Câmara, São Paulo tem setenta deputados e Alagoas tem nove. No Senado, são três a três. Quando soma todos os senadores do Nordeste mais os do Norte já são 48 senadores de 81. Mas, neste âmbito da reforma tributária, trabalhamos para acabar com a guerra fiscal, com a competição e a luta desigual pelos recursos”, ressaltou.

Lira também falou sobre a relação que mantém com o governo Lula e com o governo Paulo Dantas, a aprovação histórica da reforma tributária e o PL das Fake News, que deve retornar à pauta nesta semana.

Segundo ele, o atual governo federal, como todos que são eleitos sem a maioria no Parlamento, sofre com a aprovação das pautas ideológicas. Neste ponto, alerta que Lula e sua equipe não têm base sólida e precisam ter paciência e equilíbrio para discutir os temas.

“Vivemos, hoje, uma situação difícil no Brasil, com um governo presidencialista e uma constituição parlamentarista. Quando foi eleito, esse governo só tinha 130 deputados na base, mesmo assim não deixamos de votar matérias para o País avançar, como a PEC da Transição, o arcabouço fiscal e a reforma tributária”, destacou.

Lira diz que mantém a agenda semanal de três reuniões com os líderes para discutir todas as matérias que serão levadas ao plenário. Só assim tem conseguido dialogar com as divergências internas e externas. Apesar desta atitude, avisou que o governo Lula possui um ministério desequilibrado, com acomodação partidária e institucional em disparidade.
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No cenário local, o presidente da Câmara reforçou que a relação com o governo Paulo Dantas é institucional, prevalecendo os interesses coletivos. “Não há diálogo permanente acerca dos problemas daqui. Alinhamento político não temos, mas há uma obrigação de trabalharmos juntos pelo Estado. As eleições passaram e continuo com o meu trabalho pelo desenvolvimento de Alagoas, e isso se reflete nas conquistas que temos alcançado”, ressalta.

Ele cita, como exemplo, os R$ 260 milhões que serão destinados aos hospitais novos e filantrópicos de Alagoas, fruto do credenciamento junto à União. A intermediação dele, em Brasília, foi fundamental para que a pauta estadual avançasse no Ministério da Saúde. Também foi anunciado o envio de 140 equipamentos agrícolas para entidades comunitárias do Estado, por meio de incentivos da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Paraíba (Codevasf).

Lira divulgou que tem uma reunião agendada, na noite desta segunda-feira (7), com as principais redes de comunicação e com representantes da classe artística para tratar sobre a recomposição da remuneração das notícias jornalísticas e o pagamento dos direitos autorais pelas big techs. Este é um dos imbróglios do PL das Fake News, que retoma as discussões esta semana na Câmara.

“A ideia é fatiar o projeto e retirar a discussão financeira, que foi o principal problema. Nunca passou pela nossa cabeça aprovar uma matéria que permita a censura. O PL virou um objeto de discussão ideológica e política, mas estamos aparando as arestas para incluirmos um regramento às redes sociais”, destacou.

Ele também se referiu à aprovação da reforma tributária como um marco ao País desde a redemocratização. O tema era um tabu, mas avançou no Congresso Nacional. “O Brasil vivia um manicômio tributário e, agora, com as novas regras, vai atender, sobretudo, às camadas mais sofridas da sociedade”, frisou.

GAZETAWEB \ Thiago Gomes

Rádio Mix