Jogadora mais experiente da seleção espanhola feminina, a atacante Jenni Hermoso chorou após a conquista do título quando perguntada pela reportagem do ge sobre como estariam se sentindo as jogadoras que abriram mão de defender a equipe, ano passado, em protesto pelas condições de trabalho, vendo agora a Espanha campeã mundial.

– Espero que elas também se alegrem da mesma maneira. Elas tomaram sua decisão, foi uma decisão difícil de cada uma, cada uma escolheu aquilo que pensava ser conveniente para elas – afirmou Hermoso, de 33 anos.

Com os olhos marejados, Jenni se emocionou ao lembrar da goleira Lola Gallardo, sua ex-companheira de Barcelona.

– Adoraria ter desfrutado disso com minha Lola Gallardo, eu sinto muita falta dela – completou a atacante, que se transferiu ano passado para o Pachuca, do México, e passou pelo setor de entrevistas segurando um típico chapéu mexicano que ganhou durante a comemoração do título no gramado.

Em setembro do ano passado, 15 jogadoras assinaram um manifesto contra os métodos de trabalho na seleção, pedindo para não serem mais convocadas. O protesto recebeu apoio de três veteranas da equipe: Jenni Hermoso, Alexia Putellas e Irene Paredes.

As três acabariam sendo convocadas para a Copa, assim como três das 15 dissidentes: Aitana Bonmatí, Mariana Caldentey e Olga Carmona, autora do gol da vitória por 1 a 0 sobre a Inglaterra na decisão deste domingo.

Aitana Bonmatí evita o assunto: “Não é justo”

Eleita a melhor jogadora da Copa, a meio-campista Aitana Bonmatí preferiu não falar sobre o assunto.

– Desculpe, mas nós falamos muito desse assunto durante toda a Copa. Agora eu quero focar neste momento, não é justo que a gente tenha que falar disso a toda hora – limitou-se a responder quando questionada pelo ge na conversa com a imprensa internacional no Estádio Olímpico de Sydney.

GAZETAWEB.COM \ Por Allan Caldas — Sydney, Austrália

FRANCK FIFE / AFP