Apesar de estar distante, a eleição para a presidência do Senado, que acontecerá em 2025, já começa a despertar o interesse dos parlamentares por alguns nomes. Dois cotados para o comando da Casa já exerceram o cargo de presidente e são lembrados pelos pares. São os casos de Renan Calheiros (MDB) e David Alcolumbre (União Brasil-AP).

O bastidor desta disputa foi comentado pelo senador licenciado Renan Filho, que atualmente comanda o Ministério dos Transportes no governo do presidente Lula. Esta semana, Renan esteve em Alagoas participando da assinatura para investimentos no estado via Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 3), e foi abordado pela reportagem da Tribuna Independente.

Renan Filho destacou que o MDB, partido ao qual é filiado, deve lançar um nome para disputar a presidência do Senado. “Ainda está muito distante da eleição, mas eu acredito que o MDB terá um candidato à presidência do Senado, temos bons nomes por lá”.

O ministro não fez referência a nomes que a legenda possa lançar, no entanto, o desfecho mais favorável neste momento, de acordo com pesquisa Painel do Poder, do portal Congresso em Foco, realizada em setembro com líderes do Legislativo federal, há possibilidades de vitória de Davi Alcolumbre.

O levantamento questionou líderes no Congresso a respeito de quem eles acreditam ser o favorito na disputa pela sucessão de Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Alcolumbre é o mais citado por uma margem ampla, lembrado por 41% dos entrevistados. Atrás dele vêm os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Rogério Marinho (PL-RN).

O levantamento perguntou aos parlamentares sobre quem eles acham que vai vencer, e não quem eles desejam que vença. No total, 11 senadores foram citados pelos entrevistados na pesquisa. Alcolumbre já foi presidente do Senado por dois anos, de 2019 a 2021. É, hoje, o candidato preferencial de Rodrigo Pacheco, atual ocupante do cargo. O senador foi importante articulador da eleição de Pacheco.

Seis menções foram feitas a Renan Calheiros e indicam que o senador alagoense também é um dos cotados. Renan também já foi presidente do Senado, por mais de seis anos (2005-2007 e 2013-2017).

Tanto Renan quanto Alcolumbre são senadores com proximidade do governo federal, embora de partidos mais associados ao centro político. Os dois estiveram envolvidos com a indicação de ministros na administração federal.

Por outro lado, não há, até o momento, um candidato forte no mapa filiado ao PT de Lula. No cenário atual, o presidente da República pode esperar um aliado na presidência da Casa Alta, não um seguidor incondicional. Quase todos os nomes lembrados pelos parlamentares são das regiões Norte ou Nordeste.

O Painel do Poder é a única pesquisa no Brasil a ouvir exclusivamente os líderes políticos mais influentes no Congresso Nacional para aferir as tendências predominantes na Câmara e no Senado quanto ao relacionamento com o governo federal e às políticas públicas.

Feita no formato de painel, o que permite aferir as mudanças de humor no Congresso, a pesquisa permite a tomadores de decisões antecipar cenários e fazer prognósticos. A cada três meses, ouvimos cerca de 70 congressistas que consideramos ter maior influência no Legislativo.

Por Thayanne Magalhães / Tribuna Independente
Foto: Sandro Lima