Com o risco de colapso da mina nº 18, mantida pela Braskem, na região da Lagoa Mundaú, próximo ao antigo campo do CSA, no bairro do Mutange, o serviço de abastecimento de água de 300 mil pessoas pode ser impactado. Isso porque o Sistema de Abastecimento de Água Cardoso, em Bebedouro, que abastece 11 bairros de Maceió, fica próximo à região com risco de colapso.

Os bairros que são abastecidos pelo Sistema Cardoso são: Bebedouro, Chã de Bebedouro, Mutange, Santa Amélia, Bom Parto, Ponta Grossa, Levada, Vergel do Lago, Centro, Pontal da Barra e Prado.

Segundo a Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal), a companhia e a BRK Alagoas já estão implementando ações constantes para garantir o fornecimento de água para essa população por meio do Sistema de Abastecimento de Água Pratagy, assegurando a reserva necessária para atender a essa localidade.
A BRK Alagoas informou que, mesmo que a Estação de Tratamento de Água (ETA) Sistema Cardoso precise ser desligada de forma definitiva pela Casal, a distribuição de água da população atendida por ela está garantida: 80% dos bairros serão abastecidos por outros sistemas – construídos por obras realizadas de forma preventiva pela empresa, que trabalha com a possibilidade desse cenário desde sua chegada à Região Metropolitana de Maceió; e os outros 20% continuarão sendo atendidos pela concessionária por fontes alternativas.

Energia

De acordo com o coordenador-geral da Defesa Civil do Estado, coronel Moisés Melo, outros serviços como fornecimento de energia e gás também podem ser afetados, se a mina colapsar. “Não sabemos a intensidade, mas é certo que grande parte da cidade irá sentir. Se houver uma ruptura nessa região podemos ter vários serviços afetados, a exemplo do abastecimento de água de parte da cidade e também o fornecimento de energia e de gás. Com certeza, toda a capital irá sentir os tremores se acontecer a ruptura das cavernas em cadeia”, afirmou.

Por meio de nota, a Equatorial Alagoas disse que não há ocupação de pessoas na subestação Pinheiro e que já adotou as medidas necessárias, que envolvem a rede elétrica da região afetada, para assegurar o fornecimento de energia aos clientes. As ações executadas fazem parte de um Plano Operacional de Contingência, elaborado pela empresa desde quando foi registrada a instabilidade do solo, ainda em 2018.

A Distribuidora reforçou que acompanha de perto e monitora toda a situação e está em alerta para atuar com outras medidas que sejam necessárias. “Além das intervenções técnicas de iniciativa da Distribuidora, tem atendido às solicitações e recomendações dos órgãos de Defesa Civil e da própria Braskem”, disse em nota.

Por Tribuna Independente

Foto: Edilson Omena