O ano de 2024 começou com uma nova estratégia no combate à Covid-19, lançada pelo Ministério da Saúde. Desde o dia 1º de janeiro, a vacinação de crianças de seis meses a menores de cinco anos passou a ser incluída no Calendário Nacional de Vacinação.
Conforme as explicações do chefe de Gabinete de Combate às Doenças Infectocontagiosas da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), médico infectologista Renée Oliveira, são justamente as crianças pequenas que têm uma capacidade maior de transmissão.
Para as crianças, a recomendação é aplicar a primeira dose da vacina aos seis meses de idade, a segunda dose aos sete meses e terceira dose aos nove meses.

No entanto, todas as crianças de seis meses a menores de cinco anos não vacinadas ou com doses em atraso poderão completar o esquema de três doses, seguindo o intervalo recomendado de quatro semanas entre a primeira e a segunda doses e oito semanas entre a segunda e a terceira.

Crianças que já receberam três doses de vacinas contra a Covid-19, nesse momento, não precisam de doses adicionais.
As estatísticas extraídas do DataSUS mostram que em Alagoas foram aplicadas 7.132.985 doses. Na capital, o total é de 2.458.399 doses.

As mulheres são as que mais procuram a imunização. Correspondem a 53,2% do público vacinado contra 46,8% dos homens. [Os dados do DataSUS foram atualizados pela última vez no dia 06 de dezembro de 2023].

Infectologista destaca a necessidade de vacinas para as crianças

Na avaliação do médico infectologista Renée Oliveira, essa faixa etária precisa seguir um calendário específico. Em relação aos demais grupos e as outras faixas etárias, é bem possível, acredita o profissional, que essa dose venha a ser administrada junto com a vacina contra a influenza, por uma questão de logística.

Quanto à segurança das doses imunizantes, o médico garantiu que são vacinas já testadas, com milhões de doses aplicadas no mundo todo.

“Essa vacina é comprovadamente segura. A questão é, mais à frente, se vamos adaptá-la ou não às variantes, às subvariantes que estão circulando no momento”, afirmou.

Ainda de acordo com Renée Oliveira, o foco é se proteger contra a Covid-19, evitar a internação, impedir a necessidade de o paciente ser interno na UTI e, consequentemente, diminuir consideravelmente as chances de complicações e óbito.

O Ministério da Saúde também passou a recomendar uma dose anual ou semestral para grupos prioritários com cinco anos de idade ou mais e maior risco de desenvolver formas graves da doença, independentemente do número de doses prévias recebidas.

Esse público poderá iniciar ou completar o esquema primário, que consiste em duas doses com intervalo mínimo de quatro semanas entre elas.

A Covid-19 é uma importante causa de infecção respiratória grave e morte em crianças com menos de cinco anos. Em 2023, até novembro, foram registrados 5.310 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Covid-19 e 135 óbitos nessa faixa etária.
Para os demais públicos, o intervalo será anual: pessoas que vivem ou trabalham em instituições de longa permanência, indígenas, ribeirinhos, quilombolas, trabalhadores da saúde, pessoas com deficiência permanente ou comorbidades, pessoas privadas de liberdade com 18 anos ou mais, funcionários do sistema de privação de liberdade, adolescentes e jovens cumprindo medidas socioeducativas e população em situação de rua.

Para definir os grupos prioritários, o Ministério da Saúde considerou as recomendações do Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas em Imunização da Organização Mundial de Saúde (SAGE/OMS), além de indivíduos com maior vulnerabilidade na realidade brasileira.

Por Valdete Calheiros – colaboradora / Tribuna Independente
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