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É cada vez mais comum encontrar produtos proteicos nas prateleiras nos mercados. Pães, iogurtes, biscoitos, energéticos e até pipocas já têm suas versões com proteína adicionada. Mas afinal, há necessidade de consumir uma porção extra do nutriente através de alimentos industrializados?

As proteínas são nutrientes que possuem diversas funções no organismo. Elas estão presentes na construção e reparação de tecidos, como músculos, pele e ossos, além de serem essenciais para a produção de anticorpos e para a formação de hormônios, contribuindo com o bom funcionamento do corpo e o fortalecimento do sistema imunológico.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a ingestão de 0,8 grama de proteína por quilo de peso diariamente. A faixa corresponde de 10 a 15% do total de energia ingerida todos os dias.

Pessoas saudáveis conseguem alcançar essa quantidade facilmente com uma alimentação balanceada. Basta consumir o nutriente de forma distribuída em diferentes refeições ao longo do dia, através da ingestão de leguminosas, grãos integrais, oleaginosas, peixes, carnes magras e ovos. Além de auxiliar no bom funcionamento do organismo, os alimentos aumentam a sensação de saciedade.
Tipos de fonte de proteína

Origem animal

Carnes: bovinas, suínas, aves, peixes e frutos do mar.
Ovos.
Laticínios: leite e derivados (queijos, iogurtes).

Origem vegetal

Leguminosas: feijões (todos os tipos), lentilha, grão-de-bico, ervilha, soja e derivados (tofu, tempeh, proteína texturizada de soja, etc.).
Oleaginosas: amêndoas, castanhas, nozes (possuem proteínas, mas são ricas em gorduras).
Sementes: amendoim, sementes de abóbora, chia, gergelim e linhaça.

Consumo de proteína no Brasil

Segundo um estudo realizado pela Universidade de São Paulo (USP), a rotina alimentar brasileira já contém proteína suficiente. Mesmo entre os 20% mais pobres da população, a necessidade de suplementação com produtos proteicos é rara.

Os resultados da observação brasileira foram publicados em junho, na Revista de Saúde Pública. Os cientistas ainda afirmam que apenas 2,6% dos brasileiros tiveram resultados abaixo do esperado na ingestão do nutriente.

Os pesquisadores defendem que a ideia de que a suplementação proteica é necessária é, na verdade, hipervalorizada. “Os dados atuais mostram que, muito mais do que oferecer proteínas ou outros nutrientes, muitas vezes a partir da suplementação industrial de alimentos ou pela elaboração de fórmulas ‘funcionais’ altamente publicizadas, o maior desafio da alimentação contemporânea está em ampliar sua diversificação”, explicam os pesquisadores.

Os cientistas defendem que para se tornar mais equilibrada, a dieta do brasileiro deve reduzir a participação de produtos de origem animal e de ultraprocessados, e ampliar a presença de frutas, verduras e legumes in natura.

METRÓPOLIS.COM \ Jorge Agle

FOTO: GOOGLE