Sem resposta quanto às rachaduras que têm afetado casas no bairro do Pinheiro, em Maceió, moradores da localidade realizaram nesta terça-feira (4) um protesto para cobrar soluções para o problema. Cerca de seis mil pessoas teriam sido atingidas diretamente e outras 20 mil indiretamente.

De acordo com Mauricio Mendes, que faz parte da força tarefa do Pinheiro, há 10 meses que a população vem sofrendo as consequências das rachaduras e do tremor de terra registrado no local. O corretor de imóveis reclama que a Prefeitura não deu explicações para o que aconteceu.

Mendes também acrescentou que técnicos foram ao bairro, mas utilizaram equipamentos que só alcançava uma profundidade de 15 metros. Os moradores afirmam serem necessárias máquinas que cheguem a uma profundidade de mais três mil metros para descobrir o que vem causando o fenômeno.

“Eles não nos falam nada. Não sabemos de nada. O Pinheiro está se tornando um bairro fantasma, porque ninguém quer morar nessa insegurança. Novas casas estão rachando, buracos se abrindo e ninguém toma uma providência. Algumas pessoas recebem apenas um salário mínimo e não têm condições de pagar um aluguel. Ou comem ou vivem sob um teto seguro”.

Os moradores ainda alegam que, após dez anos, a Braskem teria voltado a operar um poço de salgema que estava desativado há 10 anos. Segundo eles, trabalhadores fazem turnos de 24 horas no local. A Gazetaweb entrou em contato com a empresa, que negou que o poço tenha sido reativado.

Gerente de Relações Institucionais da Braskem, Milton Pradines explicou que a companhia tem colaborado com órgãos como o Departamento Nacional de Produção Mineral em estudos acerca das rachaduras no Pinheiro, inclusive com a utilização de sonares para compreender o ocorrido.

“Estamos colaborando para ajudar a descobrir o que aconteceu, inclusive com a contratação de consultores”, diz ele. “Não há nenhum tipo de produção nesse poço. Ela está parada e continuará parada, até por se tratar de um poço desativado há mais de dez anos. O que estamos fazendo é auxiliar nas pesquisas”.

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