Em Alagoas, segundo a Central de Transplantes, existem atualmente 178 pessoas na fila pela doação de rins. Hoje (12), no o Dia Mundial do Rim, especialistas dão dicas e ressaltam a importância do órgão para o corpo humano.

A coordenadora da Central de Transplantes do Estado, Daniela Ramos, fala que os rins são órgãos importantes no organismo e quando não cuidados podem trazer sérios problemas. “Os rins regulam a pressão arterial, filtram o sangue, eliminam as toxinas do corpo e controlam a quantidade de sal – ou seja, quando não cuidados ou diagnosticado tardiamente com doença renal crônica pode levar o paciente a ter que fazer hemodiálise e até um transplante renal’’.

De acordo com a coordenadora, em 2019, apenas sete pacientes foram transplantados. Em 2018, foram realizadas 21 cirurgias e, em 2017, 19 pacientes conseguiram realizar o transplante de rins.

A médica nefrologista Beatriz Carvalho explica que a doença renal crônica é uma perda progressiva e irreversível da função renal. Hoje é considerada uma epidemia e um problema de saúde pública, em que o número de portadores só aumenta. “As causas mais comuns de doenças renais são a hipertensão arterial sistêmica (pressão alta) e o diabetes mellitus. Mas também há por cálculos renais, infecções urinárias de repetição, uso abusivo de anti-inflamatórios, entre outros”.

Ainda segundo a especialista, no começo, a doença renal crônica não tem sintomas. “A pessoa pode perder 90% da função renal sem perceber. Por isso a prevenção e a detecção precoce são essenciais, pois permitem controlar o avanço da doença e a necessidade de tratamentos mais complexos. Os exames de urina e sangue podem detectar o início da doença. No entanto, os tratamentos atuais são as diálises (filtragem do sangue por outros meios) ou o transplante (que depende de um doador compatível), e devolvem parte da qualidade de vida do paciente”.

A médica dá algumas dicas de como prevenir doenças e manter os rins saudáveis: se manter em forma e praticar atividade física regularmente; controlar o nível de açúcar no sangue (glicemia) para evitar o diabetes; monitorar a pressão arterial; manter uma alimentação saudável e evitar o sobrepeso; se manter hidratado, tomando líquidos não alcoólicos; não fumar; não tomar remédios sem orientação médica e consultar um médico regularmente para verificar a situação dos órgãos.

A reportagem tentou contato com o presidente da Associação dos Renais Crônicos de Alagoas (Arcal) e conselheiro do Conselho Estadual de Saúde (CES), José Wilton da Silva, para saber a situação dos pacientes renais no estado atualmente, mas até o fechamento da edição não obteve retorno.

Em 2019, José Wilton da Silva havia dito que a maior dificuldade dos pacientes renais no estado era a fila de transplante e o atraso em medicamentos nas farmácias do governo.

Fonte: Tribuna Independente / Lucas França