O novo coronavírus atingiu o ápice em boa parte do planeta. No Brasil, especialistas afirmam que a doença caminha para o pico. Até o meio desta semana, o País havia ultrapassado a marca dos 120 mil infectados e o número de mortes ultrapassa os 8 mil, de acordo com o boletins divulgados pelo Ministério da Saúde (MS).

Em Alagoas, não é diferente. O Estado viu o números de pacientes com a Covid-19 dispararem violentamente nos últimos dias. No futebol, os números também são alarmantes e negativos, mas os números financeiros para os clubes.

A Gazetaweb conversou com dirigentes de clubes que disputam a primeira divisão do Campeonato Alagoano e ouviu deles o que está acontecendo neste momento, o que eles estão passando.

Franciney Joaquim, vice-presidente de futebol do Coruripe, afirma que, com a sequência da paralisação do futebol, o clube perdeu os patrocínios e afirma que o déficit do Hulk ultrapassa os R$ 150 mil. “O problema foi o afastamento dos patrocinadores e isso nos prejudicou muito. Tivemos um prejuízo financeiro, moral, administrativo, jurídico e pessoal. Mas, em números, esse prejuízo foi de mais de R$ 150 mil”, comentou o dirigente do Hulk.

Já em Palmeira dos Índios, o CSE também ainda não conseguiu botar as contas em dia. De acordo com o presidente do Tricolor, Barbosa, as despesas não aumentaram, mas, em contrapartida, o clube sente dificuldades para concluir os pagamentos. “Ainda temos alguns pagamentos a serem feitos que ainda não conseguimos. As despesas com fornecedores giram em torno de R$ 20 mil”, revelou o dirigente.

Líder do Campeonato Alagoano antes da parada, o Murici também sente os impactos da pandemia do novo coronavírus. Sem revelar valores, o presidente do clube, Geraldo Amorim, afirmou que o momento é extremamente difícil. “Como estamos com tudo parado, as despesas permanecem as mesmas, mas a situação de indefinição é complicada demais”, afirmou o mandatário.

Lanterna da competição estadual, antes da paralisação, o Jaciobá contou com uma ajuda de R$ 130 mil da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), bem como o Coruripe, e, com isso, conseguiu recuperar uma parte das despesas.

Giuseppe Gomes, vice-presidente do Conselho Deliberativo do Azulão do Sertão, disse que o valor repassado pela entidade está sendo aplicado no patrimônio do clube. “A exemplo do que ocorreu com a maioria dos clubes, tivemos, sim, um aumento de despesas em função do momento atípico que estamos enfrentado (pandemia), como gastos com viagem dos atletas, comissão técnica, funcionários, manutenção do patrimônio (o Jaciobá é um dos poucos clubes de Alagoas que tem estádio e sede social próprios). Estamos sem jogos e com redução drástica de patrocinadores, pois estes também estão enfrentando dificuldades. Mas, a situação financeira está mais ou menos controlada, até porque recebemos um providencial repasse da CBF, que está sendo criteriosamente usado para aumento do patrimônio e na quitação de débitos deixados pela administração anterior”, disse.

O dirigente revelou, ainda, que 50% do valor está guardado para a Série D, no caso R$ 65 mil.

Também no Sertão alagoano, o CEO tem a situação desesperadora e, de acordo com o diretor financeiro do clube, Henrique Martins, “não seria surpresa nenhuma o CEO vir a falir”. “Em nossa primeira conversa o prejuízo era estimado em R$ 90 mil, pois tínhamos pago parte do salário de fevereiro, somados a mais R$ 62 mil dos salários de março. Só aí já são R$ 152.000,00”, disse Martins.

“O clube está parado como todos os outros, mas, daqui há alguns meses, esses mesmos R$152 mil, serão quanto? Porque não chega recurso em equipe parada. Em novembro vamos montar uma equipe para 2021 sem quitar a equipe de 2020? Não seria surpresa o CEO falir”, afirmou o dirigente.

Procurados pela reportagem, CSA, CRB e ASA, até o fechamento desta edição, não responderam os contatos, para falar sobre o assunto.

Por Jean Nascimento | Portal Gazetaweb.com

FOTO: Jailson Colácio/Ascom Murici