Uma parceria entre o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) deve trazer respostas mais precisas sobre a fonte de fenômenos sismológicos que vêm sendo observados nos bairros afetados pelo colapso de minas de sal-gema em Maceió.

Os estudos conjuntos entre os dois órgãos devem começar dentro de oito meses, conforme prevê o plano de trabalho, e contarão com sete pesquisadores da universidade, nove da UFRN e um pesquisador do Instituto Nacional de Meio Ambiente e Riscos Industriais da França (Ineris).

Neste período, estão previstas atividades de campo – ainda sem datas definidas, bem como workshops internos entre os pesquisadores para implantação de banco de dados sismológicos e discussão de novos estudos realizados para a região.

Adelaide Mansini, chefe do Departamento de Gestão Territorial (Deget) da CPRM, afirma que a parceria vai permitir aos órgãos locais estabelecer protocolos para o monitoramento das áreas afetadas em caso de novos abalos, facilitando a tomada de decisões para proteger a população.

Mansini acrescenta que estes estudos permitirão, ainda, a capacitação da equipe técnica do Deget e da Divisão de Sensoriamento Remoto e Geofísica (Disege) nesta temática, uma vez que têm sido registrados eventos recentes de sismos induzindo a queda de blocos rochosos de encostas em áreas urbanizadas, principalmente na Região Nordeste do país.

“Os estudos sobre as causas dos fenômenos de rachaduras e afundamentos em bairros de Maceió foram iniciados pelo Serviço Geológico do Brasil em 2018 e as conclusões apresentadas em audiência pública em 2019. Após a etapa investigativa, seguimos em Maceió como membros do Plano de Ação Integrada instituído pela Defesa Civil Nacional, com a participação de diversos órgãos, para acompanhar o monitoramento do fenômeno e apoiar tecnicamente os órgãos municipais”, destaca Adelaide Mansini.

Os estudos e demais informações técnicas referentes ao trabalho do SGB-CPRM na capital alagoana estão disponíveis para consulta no link.

Parceria

Reconhecida pela excelência e expertise em temas geocientíficos, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte foi escolhida pelo SGB-CPRM devido ao domínio em sismologia e geologia estrutural. A instituição dispõe de laboratórios de alta qualidade, sendo referência no país, com tecnologias que atendem aos estudos e pesquisa a serem desenvolvidos em Maceió.

Neste sentido, para a UFRN, a parceria firmada resultará também em um retorno científico de grande valia, uma vez que o fenômeno nos bairros afetados é inédito em uma área urbana brasileira, com implicações técnicas e sociais.

Por Luan Oliveira, com Assessoria \ GAZETAWEB.COM

FOTO: Marco Antonio/Secom Maceió