Pontos de vacinação da capital registraram alta demanda nesta quarta-feira (19) após a liberação de mais grupos prioritários. No ponto de vacinação do Benedito Bentes, o expediente encerrou duas horas antes do previsto e pegou de surpresa as pessoas que aguardavam na fila.
Conforme apurado pela equipe de reportagem, que esteve no local, o ponto de vacinação deveria funcionar até as 16 h. No entanto, por volta das 14 h a fila foi encerrada e cerca de 20 pessoas que aguardavam a vez foram informadas de que deveriam procurar outro ponto.
Informações desencontradas repassadas pelos trabalhadores da unidade de saúde davam conta de que a alta demanda e uma orientação da Secretaria de Municipal de Saúde (SMS) teriam motivado a recusa. Diante da revolta, a enfermeira responsável chegou a conversar com as pessoas, no entanto, a vacinação não foi retomada.
Ricardo Cavalcante foi uma das pessoas que aguardavam pela vacinação e passou pela recusa. Ele conta que precisou se ausentar do trabalho acreditando que receberia a vacina. Ele é do grupo prioritário dos trabalhadores da construção civil.
“Estou desde às 16 horas na fila para vacinação do drive-thru, cheguei aqui depois de ter procurado o posto de vacinação no Benedito Bentes e duas horas antes do previsto eles encerrarem a vacinação. Não deram satisfação alguma, encerraram antes do previsto e eu preciso me vacinar hoje, perdi o dia de trabalho e não posso parar amanhã de novo. Estávamos lá aguardando para a vacinação e um guarda avisou que não íamos mais poder ser vacinados, isso era umas 15 horas, apesar do horário de encerramento ser às 16 horas eles não deram justificativa”, detalha.
Ricardo se dirigiu a outro ponto de vacinação, o da Justiça Federal no bairro da Serraria e até a conclusão desta matéria ainda continuava no local.
“Não cheguei a ser vacinado, tive que ir para o Tribunal de Justiça na Serraria. Cheguei na Justiça umas 16 horas e até as 19 horas ainda estou aqui, pelo que estou vendo vai demorar, acho que vai até umas 23 horas. Eu acho isso um absurdo, deveriam dar pelo menos uma explicação, estávamos na fila e deixaram a gente de escanteio, eu preciso trabalhar e só posso sair daqui depois que me vacinar”, reclama.
A enfermeira responsável pela chefia da vacinação da unidade afirmou que houve superlotação em todos os pontos de vacinação da capital “em todos os pontos houve superlotação, foi um pedido nem nosso, foi do PNI. Encerramos antes, todos os pontos encerraram antes, foi uma ordem do PNI. Quem está nos lugares respectivos vai ser atendido, mas quem chegou depois do horário não vai ser vacinado. Não atenderemos quem chegou depois das 14h30”, afirmou a enfermeira que teve a identidade preservada pela reportagem.
A reportagem fez contato com assessoria de comunicação da SMS, mas até o fechamento da edição não houve retorno.
Fonte: Tribuna Independente / Evellyn Pimentel
(Foto: Valdirene Leão)