Heloísa Helena está em plena campanha a deputada federal pelo Rio de Janeiro.

O estado tem 46 representantes na Câmara Federal, e a federação PSOL/Rede pode eleger até cinco.

– Você acha que pode estar entre estes?

“Creio que sim, apesar de considerar as dificuldades de uma campanha, aqui, tendo que conhecer algumas áreas nas quais eu nunca havia entrado”, responde a ex-vereadora de Maceió.

Por aqui, HH é amada e odiada com a mesma intensidade por adversários da direita e da esquerda.

“Eu me acostumei a isso. Mas ponderei bastante antes de topar esse desafio, que é ser candidata no Rio de Janeiro sendo uma sertaneja de Alagoas”.

A impressão sobre o que vê:

– A periferia do Rio é muito complexa, por tudo o que a gente conhece da violência. Eu venho visitando várias comunidades, evitando sempre a provocação, lembrando que aqui é o território original de Bolsonaro. Mas a impressão que tenho, muitas vezes, é de que a situação aqui parece pior, o abismo é maior, por causa dos contrastes. Isso me estimula ainda mais na campanha. A final, o Rio de Janeiro continua sendo a capital cultural do Brasil.

Depois de uma pausa muito breve, ela completa seu raciocínio:

“Mas eu sei que é só impressão: a pobreza e a miséria que encontramos aqui, no Rio profundo, é a mesma da periferia de Maceió, de muitas cidades de Alagoas, de Pernambuco. Ou seja: a injustiça é igual para todos.

Voltando ao tema polêmico – voto para presidente:

– Isso tem sido um problema, também, na federação PSOL/Rede: eu já anunciei que vou votar no Ciro Gomes, no primeiro turno.

E no segundo?

– Vou votar no menos ruim.

Será um voto, deixa claro, sem paixão, racional.

CADA MINUTO

Foto: Antônio Jacinto