O debate sobre a possibilidade da retirada dos tanques de combustíveis da orla da Pajuçara ganhou mais uma voz em defesa de uma provável mudança de endereço, a do engenheiro químico Ricardo Freitas.

O engenheiro explicou que quando os tanques de estocagem de combustível foram instalados, à época, a vizinhança da comunidade ao redor do Porto de Maceió era bem menor, portanto, o risco era aceitável.

“É imperioso fazer essa comparação. Àquela época, a análise de risco deu o aval. Portanto, observando o aumento da comunidade ao redor do Porto, é lógico que a situação necessita de um novo Estudo de Análise de Risco”, justificou Ricardo Freitas que é também engenheiro de segurança e perito ambiental.

Um agravante causa ainda mais preocupação. Ricardo Freitas adiantou que, pelo que tem conhecimento, existe a intenção da instalação de novos tanques. O que, segundo o perito, pode aumentar ainda mais o risco. “Volumes maiores, podem acarretar grandes acidentes”, frisou.

“Portanto, é imprescindível um estudo de análise de risco incluindo os novos tanques caso eles sejam instalados. Não tenho informações sobre atualização do Estudo de Análise de Risco (da Transpetro e da Petrobras Distribuição de combustível). Mas é necessário realizar sempre a cada dois a quatro anos para ter a certeza que o Estudo de Análise de Risco (EAR) contemple o aumento da comunidade com também sobre a unidade industrial”, acrescentou Ricardo Freitas que é ainda pós-graduado em Modelagem e Simulação de Processos Químicos pela USP/SP e pós-graduado em Gestão de Passivo Ambiental pela UFRJ/RJ.

O tema foi posto em discussão pelo deputado Delegado Leonam (União Brasil) que fez um alerta para a iminência de um desastre ambiental na região.

O parlamentar enviou ofícios ao Porto de Maceió e ao Instituto do Meio Ambiente (IMA) requisitando a retirada dos reservatórios.
Em suas redes sociais, o deputado Delegado Leonam iniciou um debate sobre uma solução para a ampliação da faixa de areia da orla da Pajuçara, atualmente ocupada por tanques de combustíveis.

De acordo com o deputado, os inúmeros reservatórios pertencentes a uma empresa do ramo de petróleo ao lado do Porto de Maceió, alocados no final da praia de Pajuçara, impedem a presença de banhistas.

“O local é inapropriado por estar em zona urbana e próximo da população, podendo causar grandes acidentes e tragédias ambientais como o caso Braskem”, destacou ao acrescentar que enviou questionamentos aos órgãos competentes.

O Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas informou, por meio da assessoria de comunicação, que todas as empresas instaladas no Porto de Maceió estão devidamente licenciadas.

Por Valdete Calheiros – Colaboradora / Tribuna Independente

Foto: Edilson Omena