As engordas de praia são intervenções para ajudar a impedir que a faixa de praia desapareça por causa do avanço do mar. Existem dois tipos de engorda de praia. A engorda artificial é colocando a areia propositalmente, feita através da dragagem de areia, com o material espalhado por máquinas e equipamentos que vão fazer o alargamento da faixa de areia. Já a engorda natural é deixando a praia se recuperar sozinha, sendo que isso ocorra é necessário usar uma estrutura dissipativa Sandbag, que após a sua instalação fica enterrada, com o mar recuando e a praia emergindo.

Em Alagoas alguns exemplos bem sucedidos, projetados pelo engenheiro Marco Lyra, da Ocean Protections, com o uso do Dissipador de Energia Sandbag, principalmente no âmbito da APA Costa dos Corais, como nos municípios de Passo de Camaragibe, Porto de Pedras, Japaratinga e Maragogi, chamou a atenção do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia. Após uma entrevista recente concedida ao Jornal do CONFEA, o tema “A engenharia e as estratégias para alargamento sustentável de praias”, a equipe de TV do Conselho esteve em Alagoas e conheceu a engorda natural de praias.

Custos
Modelo artificial é 10 vezes mais caro que o natural

Especialistas dizem que a diferença visual entre as duas engordas é que na engorda artificial o formato da linha de costa é retilíneo, diferente da engorda natural induzida na praia, pelo uso do dissipador de energia. A feição da praia se harmoniza com o ambiente, isto é, a modelagem da linha de costa não é retilínea, ela é modelada naturalmente pela dinâmica existente no local. A segunda diferença é o custo de implantação e manutenção das respectivas obras costeiras. O custo de implantação da engorda artificial é 10 vezes maior que o custo de uma engorda natural. O custo de manutenção da engorda natural é 20 vezes menor que o da engorda artificial.

Mas onde reside a diferença entre as engordas artificial e natural? Para o engenheiro Marco Lyra é necessário reparar nas formas do litoral. “Será que existem ilhas quadradas? A modelagem da linha de costa deve-se a um conjunto de forças complexas que atuam no ambiente costeiro, formando o padrão existente. A primeira diferença é visual entre as intervenções. Exemplos: na praia de Piedade, em Recife, a engorda artificial da praia mostra o formato retilíneo da costa”.

Por Claudio Bulgarelli – Tribuna Independente

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