O assunto do momento é a volta às aulas. O ano letivo e escolar de 2023 já começou. As aulas se iniciaram para os estudantes de escolas particulares de Maceió. Na esperança que o preço baixe e na correria do dia a dia, alguns pais e alunos deixaram para última hora a compra dos materiais escolares.

Simone Moreira, mãe de Alejandra, veio com a filha escolher o material pela primeira vez. Para ela, os itens que mais pesaram no orçamento são os personalizados. “Deixamos para última hora por conta do preço e pelo tempo. Sabemos que quando está perto das aulas as lojas diminuem os valores dos materiais” explicou.

Além dos artigos tradicionais da lista de materiais, como é o caso de cadernos, lápis e canetas, as mochilas são os itens que mais pesam no orçamento familiar. “Sem dúvidas a bolsa foi o item mais caro. Ela escolheu a bolsa e a lancheira do mesmo modelo de arco-íris”, disse Simone.

Para quem já está na faculdade ou tem filhos em idade de ensino fundamental e médio, a exigência por compra desses itens na volta às aulas 2023 diminui um pouco, mas ainda é necessário adquirir alguns materiais básicos.

As irmãs Rosiele, 19, e Raniele Oliveira, 15, compraram material para a faculdade e ensino médio, respectivamente. “Deixamos para comprar agora em busca de um preço melhor. Durante o começo das aulas o preço está bem alto, aí agora estamos na expectativa de diminuir. Vamos aproveitar a mochila do ano passado”, disse Rosiele.

E ainda tem gente que vai esperar o preço baixar mais. O auxiliar de redes, Davi Albuquerque, 27, por exemplo, fez pesquisa antes de escolher onde comprar a lista do material escolar. Davi veio com toda a família aproveitar a tranquilidade depois da volta às aulas para fazer as compras.

“Esperamos para ver se dá uma baixada nos preços. Como está chegando perto do retorno das aulas das escolas, inclusive nas públicas, o preço vai caindo mais ainda, fiz uma pesquisa geral, estou levando algumas coisas que estão mais em conta e o que está elevado ainda vou deixar para comprar mais na frente”, afirmou.

Conforme Micael Beltrão, gerente de uma loja de materiais escolares na Rua Dois de Dezembro, no Centro de Maceió, muitos pais e alunos já adquiriram o material escolar em dezembro, mas a procura maior é no mês de janeiro.

“O pessoal deixou para a última hora, o último momento mesmo. Nas vésperas da volta às aulas a demanda voltou a crescer, ficar maior. A gente sentiu falta no início de janeiro, mas depois que chegou fevereiro, bem pertinho na volta às aulas, aí todo mundo correu atrás”, contou.
Ainda segundo o gerente, ainda há estoque para quem deixou para última hora, mas quem procura por itens temáticos no geral, vai ter muita dificuldade de encontrar.

“Já vendemos bastante. O pessoal sempre procura caderno, mochila personalizados. Esse tipo de material já não temos. Quem deixou para última hora, por exemplo, não vai encontrar ou vai encontrar pouca variedade. Quem se antecipou conseguiu ter mais opção”, finalizou.

Conforme associação, produtos do tipo estão até 30% mais caros este ano

Conforme a estimativa da Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE), os itens escolares estão entre 20% e 30% mais caros em 2023.

A entidade, que representa grandes fabricantes de material escolar, diz que itens de papel, como os cadernos, apresentaram reajustes de 20% a 30% este ano. A estimativa aponta ainda que lápis, borrachas, canetas, mochilas e estojos apresentaram aumentos da ordem de 15% a 20%.

Segundo a entidade, a inflação é o problema: os preços já estavam 11% mais altos em média em dezembro do ano passado, quase o dobro da inflação oficial do país, medida em 5,9%. Nos últimos doze meses, a alta dos produtos de papelaria é de quase 12%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

O IPCA-15 aponta para um crescimento de 0,36% no grupo Educação, onde estão reunidos os produtos escolares.

Por Gabriely Castelo – colaboradora com Tribuna Independente

Foto: Edilson Omena