Em 2023, o Centro de Informações Estratégica em Vigilância em Saúde (Cievs) registrou 449 casos de sífilis congênita, o que representa um índice de 9.8 para 1.000 nascidos vivos. No ano anterior, o estado contabilizou 311 casos de sífilis congênita, representando um índice de 6.8 casos para cada 1.000 nascidos vivos.

Os números indicam que houve um aumento de 44,3% no número de casos da Infecção sexualmente transmissível (IST). A doença é causada por uma bactéria e transmitida, principalmente, pelo contato sexual desprotegido. Já a sífilis congênita acontece quando a bactéria responsável pela doença passa da mãe para o bebê por meio da placenta ou durante o trabalho de parto.

A gerente do Cievs, Waldinéia Silva, explica que o aumento no número de casos em relação ao ano de 2022 é um reflexo do acréscimo do aumento da oferta de testes rápidos nas unidades de saúde e hospitais dentro do estado, fazendo com que mais casos pudessem ser descobertos e notificados.

“O estado vem ratificando esforço para reduzir cada vez mais essa doença no nosso território, e ampliamos a oferta de teste rápido e fortalecemos com os municípios a oferta para além das gestantes no pré-natal, ofertamos testes para os hospitais e Unidades de Pronto Atendimento (UPA) para também alcançar a população do local”, destacou a gerente.

Cuidados

A médica ginecologista e obstetra do Hospital da Mulher, Andreia Almeida, ressalta que as gestantes devem ficar atentas e fazer o pré-natal corretamente, onde através dos exames pode-se detectar a doença e iniciar o tratamento adequado, evitando problemas mais graves futuramente, inclusive para o bebê.

“Ao desconfiar de uma gestação, a mulher deve procurar um posto de saúde para iniciar o pré-natal. Essa procura deve ocorrer, porque se for detectada a sífilis, o tratamento é indicado por um profissional, que começa o mais rápido possível a medicação, evitando a transmissão para o feto e salvaguardando o recém-nascido de problemas graves como deficiências visuais, auditivas, má formação óssea e problemas no desenvolvimento dental e até mental”, destacou.

De acordo com a ginecologista, a principal ação para evitar a sífilis congênita é a prevenção. Ela explica que o uso do preservativo protege não apenas da sífilis, mas de diversas outras doenças sexualmente transmissíveis. “A sífilis é uma doença infectocontagiosa, que é transmitida por meio de relações sexuais desprotegidas, da mãe para o filho, em qualquer fase da gestação ou no momento do parto (sífilis congênita). O ideal é que o casal antes de programar a gravidez, faça o teste de sífilis, HIV e as hepatites B e C”, destacou.

Outros meios de transmissão são em contato direto com o sangue, em transfusões de sangue, o que acontece raramente e nas relações anais e orais.

Para população alagoana, o teste rápido para sífilis está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS). Após realizar o exame, o resultado é liberado em 20 minutos. A ginecologista Andreia Almeida lembrou que quando o resultado é positivo o parceiro sexual também deve ser tratado para evitar a reinfecção da mulher.

Andreia Almeida destaca, também, que identificar precocemente a sífilis não costuma causar maiores danos à saúde e o paciente pode ser curado rapidamente. “A penicilina é o medicamento indicado, um antibiótico comprovadamente eficaz contra a bactéria causadora da doença. O tratamento é completamente ofertado pelo Sistema Único de Saúde nas Unidades Básicas de Saúde municipais”, explicou.

CADA MINUTO \ *Com Ascom Sesau

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